Dia Internacional da Mulher para as mulheres cientistas

Apesar de os campos de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (Science, Tecnology, Engieering and Matematics - STEM) serem essenciais para a economia mundial, e de as mulheres serem fundamentais para a comunidade de ciência e tecnologia, a maioria dos países, independentemente de seu nível de desenvolvimento, ainda não alcançou a igualdade de gênero nesse setor.

A informação é da Organização das Nações Unidas (ONU), que também alerta para o fato de que, globalmente, 1 em cada 3 pesquisadores é mulher. Uma análise de quase 3 milhões de artigos de ciência da computação publicados nos Estados Unidos entre 1970 e 2018 concluiu que a paridade de gênero não seria alcançada nesse campo até o ano 2100.

Em geral, as mulheres nas áreas STEM publicam menos, recebem salários mais baixos por suas pesquisas e não progridem tanto quanto os homens em suas carreiras, reconhece o Instituto de Estatística da Unesco (UIS).

Dados de 2018 compartilhados pela Unesco mostram que, naquele ano, as mulheres representavam apenas um terço (33%) dos pesquisadores do mundo. Embora elas já tivessem alcançado a paridade numérica nas ciências da vida em muitos países, sua participação entre os doutores em engenharia e ciência da computação era de apenas 28% e 40%, respectivamente.

Um setor crítico é o de IA (inteligência artificial), que está crescendo a níveis acelerados, explica o relatório. Tanto que, em dois anos (entre 2015 e 2017), o número de trabalhadores em todo o mundo com habilidades na área aumentou em 190%, de acordo com o Fórum Econômico Mundial.

No entanto, a presença de mulheres é uma minoria nessa disciplina. De acordo com as mesmas informações da agência da ONU, em 2018, as mulheres representavam apenas 22% dos profissionais que trabalhavam com inteligência artificial em todo o mundo.

Mas nem tudo está perdido por aqui.

A América Latina e o Caribe e a Ásia Central são as únicas regiões que atingiram a paridade na proporção de pesquisadores homens e mulheres. Aqui, 45% de todos os pesquisadores são mulheres, enquanto a média mundial é inferior a 30%, de acordo com dados do UIS.

Dados de 2019 do UIS sobre pesquisa e desenvolvimento experimental aponta que os países latinos com o maior número de pesquisadoras são: Venezuela (com 61,4 %), Guatemala (53 %) e Argentina (52 %), seguidos por Panamá (51,8 %), Trinidad e Tobago (49,8 %), Cuba (49 %), Paraguai (48,9 %) e Uruguai (48,3 %).

A proporção de artigos científicos que incluem a participação de pelo menos uma mulher varia de 43% em El Salvador a 72% no Brasil.  

Ou seja, apesar de ainda não termos atingido a paridade de gênero, o Brasil se destaca pela participação feminina na pesquisa – em comparação com os outros países.

Neste Dia Internacional da Mulher quero te perguntar: quais são as atitudes práticas que a sua entidade de pesquisa já toma – ou pretende tomar – para que a participação de mulheres nos campos de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM) esteja mais equilibrada?

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