Combustível verde também para aeronaves

O futuro é verde e sustentável. Disso, ninguém duvida.

Um processo “do futuro” e que está muito acelerado no presente é a eletrificação de veículos – o que proporciona uma série de benefícios, entre elas, a redução das emissões de CO2.

Mas agora, “o futuro” da eletrificação já bate (com as duas mãos) à nossa porta, ultrapassa as fronteiras terrestres e chega aos veículos aéreos. 

Essa ação está em evidência e foi destaque neste mês de novembro quando a Embraer anunciou um novo conceito para a sua família de aeronaves, batizado de Energia. Apresentado em 08/11 e ainda longe da entrada em fase de desenvolvimento, o conceito representa a visão da companhia para o futuro das viagens aéreas sem emissões de carbono.

Os quatro aviões lançados incluem modelos elétricos, movidos a células de hidrogênio e um avião flex, capaz de operar com hidrogênio líquido ou combustíveis de aviação sustentáveis, conhecidos como SAF - Sustainable Aviation Fuels.

A iniciativa faz parte do plano de descarbozinação da Embraer, anunciado em agosto. No caso da companhia o maior impacto é o uso dos aviões por seus clientes.

A Embraer tem sido reconhecida como uma das protagonistas na corrida entre as empresas que desenvolvem modelos de eVTOLs (Electric Vertical Takeoff and Landing), tecnologia que promete moldar o futuro do transporte de táxi aéreo de baixa emissão de carbono.

Embraer-Energia-E9 / 2021 (imagem divulgação)

As viagens aéreas curtas representam um setor econômico com grande potencial poluidor  respondendo a 2,4% das emissões do planeta — percentual que pode dobrar até 2050 se não houver mudanças tecnológicas — e de mais difícil descarbonização. 

O maior desafio é encontrar alternativas aos combustíveis fósseis. De eletrificação a hidrogênio verde, passando por biocombustíveis, nenhuma delas até agora se mostrou competitiva em escala e custo. 

Em 2008, surgiu uma iniciativa global chamada “Sustainable Aviation Fuel Users Group” (SAFUG), com o apoio de organizações que lutam pela preservação de recursos naturais. Uma de suas pautas é acelerar o desenvolvimento e comercialização de SAFs.

Atualmente, este grupo possui mais de 30 membros, representando cerca de 33% da demanda global anual de combustível para aviação comercial, que juntos estabeleceram os requisitos mínimos de sustentabilidade para combustíveis sustentáveis ​​de aviação. São eles:

  1. Qualquer combustível de aviação deve ser desenvolvido de uma maneira que a sua produção não seja competitiva com os alimentos e em locais onde os impactos sobre a biodiversidade sejam minimizados;

  2. O cultivo culturas destinadas à produção de combustível para aviação, em qualquer terreno, não deve comprometer o abastecimento de água potável ou ter um impacto negativo em uma área já identificada como sofrendo de alto estresse hídrico;

  3. Áreas de alto valor de conservação e ecossistema nativo não devem ser desmatadas e cultivadas para a produção de combustível de aviação - direta ou indiretamente;

  4. As emissões de GEE do ciclo de vida total devem ser significativamente reduzidas em comparação com aquelas associadas às fontes fósseis (pelo menos 60% de economia de emissões);

  5. Nas economias em desenvolvimento, os projetos devem incluir disposições para resultados que melhorem as condições socioeconômicas para os pequenos agricultores que dependem da agricultura para sua segurança alimentar e de suas famílias, e que não requerem o deslocamento involuntário das populações locais.

Se a produção do Reino Unido crescesse em linha com a produção global, os combustíveis de aviação sustentáveis ​​produzidos no país poderiam fornecer entre 3,3% e 7,8% do volume necessário para o seu consumo interno em 2035. Seguindo esta mesma linha, em 2050, 32% da demanda do Reino Unido por querosene poderia ser atendido por combustível de aviação sustentável produzido internamente, o que significa 4,5 toneladas / ano de produção de combustível de aviação sustentável. Isso corresponde a uma taxa de crescimento anual a partir de 2035 que não é diferentes das taxas históricas de crescimento na produção global de biocombustíveis. Veja o Roadmap na imagem a seguir...

Anterior
Anterior

Saber o momento certo para inovar pode salvar o seu negócio!

Próximo
Próximo

Tenha o mais inovador Dia Nacional da Inovação!